15.7.09

Rio das Ostras Jazz & Blues Festival 2009

Uma celebração às vertentes contemporâneas
Lagoa do Iriri, Praia da Tartaruga e Costa Azul (10 a 14 de junho)
Por Antônio do Amaral Rocha

A crise econômica provocou o cancelamento de diversos festivais de jazz e blues pelo mundo, mas o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, por obra do incansável produtor Stenio Mattos e curadoria do bluseiro Big Joe Manfra, foi mantido e nesta sétima edição apostou numa programação não purista, privilegiando o fusion. Seis atrações nacionais e seis internacionais foram assistidas, nos três palcos, por uma média de 15 mil pessoas por dia, resultando em incríveis 75 mil presenças durante o festival. Segundo o prefeito Carlos Augusto informou em coletiva, todos os hotéis e pousadas das cidades e redondezas do litoral fluminense foram ocupados.

Pelo lado brasileiro apresentou-se a dupla de violonistas, Luiz Bueno e Fernando Mello, o Duofel, mais o percussionista Fábio Pascoal. O Duofel é o que se pode chamar de salada sonora. Seu som tem ecos de Led Zeppelin até a viola nordestina. A versão que fizeram de “Casa Forte” (Edu Lobo) foi arrepiante. Do quarteto do organista Hammond B3 Ari Borger destacou-se o excelente guitarrista Celso Salim.

O gaitista Jefferson Gonçalves fez uma interessante ponte entre o blues e a música nordestina e mostrou onde o rio Mississipi e o rio Capiberibe se encontram, numa fusão naturalíssima, e ainda reservou uma surpresa: a presença do baixista-mirim Michael “Pipoquinha”, que se tornou o queridinho do festival. O quinteto Paul Brasil do pianista Nelson Aires, que, há mais de 25 anos, é excelência na música instrumental brasileira permitiu que o violão de Paulo Belinati brilhasse. A diversão ficou por conta da Big Time Orquestra, de Curitiba, formada por 12 elementos e seu neoswing, baseados em releituras bem-humoradas de rock and roll.

Das seis atrações internacionais, o blues clássico ficou por conta de John Hammond e quarteto e, afora o pop-latin-jazz dançante do Spyro Gyra, com destaque para o baterista Bonny B., as outras celebraram a tendência fusion do jazz e do blues.

O quarteto Rudder fez um show com distorções no baixo e saxofone, um verdadeiro laboratório de experimentações. Destaque para o baixista Tim Lefebvre. A banda do guitarrista Coco Montoya fez um show chapante, dedicando 12 minutos à lisérgica balada “Good Days”.

O tecladista Jason Miles num tributo a Miles Davis recriou os seus temas, tentando mostrar o caminho que a música de Davis seguiria se ainda estivesse vivo.

E finalmente, a grande surpresa: The Bad Plus (foto), trio formado por baixo, piano e bateria que recriou em jazz temas conhecidos, interpretados pela cantora Wendy Lewis, como “Comfortably Numb”, do Pinky Floyd. Um show para não esquecer tão cedo.

2 comentários:

cezarfe disse...

Muito bacana o blog.. a matéria do festival está de mais!!
Grande abraço!!
Cezar Fernandes

soramires disse...

Amaral
Achei seu blog graças ao filme "Crimes da Lata" feito na ECA em 1980, eu estava na equipe e cuidei da produção, era também aluna do Peñuela e do Ismail.
Lembrei do "Crimes..." porque agora no festival de Gramado uma colega que também estava no CRImes ganhou o prêmio de Melhor fotografia de filme nacional: Lembra da Kátia Coelho?
Escrevi algo no meu blog:
http://www.cornetaacustica.blogspot.com