8.2.07

Um grande filme desaparecido!

Por AARocha
Cinéfilo não tem mesmo jeito. Tem alguns filmes que vimos há 30, 35 anos atrás e de repente vem à memória uma cena e até um diálogo que estava perdido em algum lugar. A gente pára tudo o que estava fazendo e vai buscar algum tipo de informação, que pode estar num livro que descansa na estante, num recorte de jornal, arquivado numa pasta qualquer que se acha dentro de um armário. Depois disso tudo você descobre que o tal livro um amigo levou e não devolveu, o arquivo de recortes você jogou fora num daqueles acessos de se desfazer da coisa velha. Vencido, desiste. Mas a tal cena continua te "aporrinhando" porque se não fosse importante não teria nem vindo à tona. Comigo aconteceu isso, dia desses. De repente me lembrei de um filme chamado Privilégio e algumas cenas me vieram à cabeça. Não achei nada que pudesse satisfazer o desejo da lembrança. Até que resolvi recorrer aos sites de busca, mas nada de achar. Até que tomei contato com o blog do Carlos Reichenbach e lhe mandei o seguinte e-mail: "C
arlos, desculpe escrever assim se mais nem menos. O que nos une é o amor pelo cinema. Sempre estive de olho nos seus filmes, entrevista etc. e agora encontrei o seu blog
que já coloquei entre os meus favoritos. O motivo deste meu e-mail é indagar se você (que é uma inciclopédia, eu sei) tem conhecimento de um filme inglês da década de 60 que no Brasil passou com o nome de Privilégio. Busco informações sobre este filme mas não encontro em lugar nenhum. Só me lembro de um nome no filme, Paul Jones, que não sei se era o ator ou o diretor. Lembro-me também de algo do argumento: um ídolo popular (cantor, uma espécie de Mephisto) tentando se livrar dos compromissos que a fama lhe impunha. Se puder me ajudar, agradeço desde já. Do admirador, Antônio."
Dois dias depois, respondeu-me o Carlão:
"Antônio, você está se referindo a PRIVILEGE, de Peter Watkins, filme que fará parte do meu futuro livro "60 FILMES NOTÁVEIS". Uma autêntica obra prima, que muito lembra a peça RODA VIVA, de Chico Buarque de Holanda, encenada por José Celso. Watkins é um dos cineastas mais radicais e interessantes já surgidos na Inglaterra (atualmente, vive na França). Fez vários filmes (alguns de forma cooperativada), mas ficou eternizado por THE WAR GAME e PRIVILEGE."
Carlão teve a grandeza de dar mais detalhes, inclusive citando links: Sobre PETER WATKINS:
http://www.imdb.com/name/nm0914386/
Sobre PRIVILEGE http://www.imdb.com/title/tt0062155/
Pesquisei e fiquei plenamente satisfeito. Tanta gentileza assim só se encontra entre os aficcionados pela mesma coisa.