Por AARocha
Não foi fácil mas encontrei. Garimpei e com as dicas do Carlos Reichenbach encontrei uma cópia de Privilege. Estou embasbacado com a atualidade deste filme feito em 1967 por Peter Watkins, com Paul Jones e Jean Srimpton nos principais papéis. O Reino Unido é retratado como uma lugar caustrofóbico e de arquitetura sufocante. O popular singer Steve Shorter se "deixa" manipular pela mídia, TV, empresários, igreja, status quo, mercado, enfim. É uma pecinha minúscula numa imensa e esmagadora engrenagem. Decidem tudo por ele, na ausência dele, até como deve cantar e o que deve cantar. Mais do que isso, como deve se comportar, o que deve fazer e falar. Em meio a isso tudo há uma namorada, artista plástica, compreensiva, que parece ser a única a ver os absurdos a que ele se submete. É a consciência crítica do enredo. O popular singer cai em desgraça e vai para a cadeia. Numa arena, enjaulado e algemado como um Prometeu acorrentado sua consciência será imolada. Toma tento da situação, canta, revolta-se, agride os guardas. A platéia se revolta. Parece uma peça sendo representada. É humilhado, velipendiado e como um zumbi é escalado para representar a vontade podre do sistema, da mídia, da indústria do entretenimento, da igreja. A encenação é de tom sério, mas sabemos ser uma farsa o que estamos vendo. A farsa do mercado, da salvação através da religião. Nesse espetáculo de horrores, hordas enlouquecidas de fãs continuam a participar dessa festa macabra. Querem mais, sempre mais. A trilha sonora é algo à parte. O filme todo é recheado de belas cançoes de rock.
É um filme premonitório, mais atual impossível. Pena que dificilmente poderemos vê-lo novamente em cinemas e mesmo na televisão. Vá atrás dessa pequena obra prima, vale a pena...
Não foi fácil mas encontrei. Garimpei e com as dicas do Carlos Reichenbach encontrei uma cópia de Privilege. Estou embasbacado com a atualidade deste filme feito em 1967 por Peter Watkins, com Paul Jones e Jean Srimpton nos principais papéis. O Reino Unido é retratado como uma lugar caustrofóbico e de arquitetura sufocante. O popular singer Steve Shorter se "deixa" manipular pela mídia, TV, empresários, igreja, status quo, mercado, enfim. É uma pecinha minúscula numa imensa e esmagadora engrenagem. Decidem tudo por ele, na ausência dele, até como deve cantar e o que deve cantar. Mais do que isso, como deve se comportar, o que deve fazer e falar. Em meio a isso tudo há uma namorada, artista plástica, compreensiva, que parece ser a única a ver os absurdos a que ele se submete. É a consciência crítica do enredo. O popular singer cai em desgraça e vai para a cadeia. Numa arena, enjaulado e algemado como um Prometeu acorrentado sua consciência será imolada. Toma tento da situação, canta, revolta-se, agride os guardas. A platéia se revolta. Parece uma peça sendo representada. É humilhado, velipendiado e como um zumbi é escalado para representar a vontade podre do sistema, da mídia, da indústria do entretenimento, da igreja. A encenação é de tom sério, mas sabemos ser uma farsa o que estamos vendo. A farsa do mercado, da salvação através da religião. Nesse espetáculo de horrores, hordas enlouquecidas de fãs continuam a participar dessa festa macabra. Querem mais, sempre mais. A trilha sonora é algo à parte. O filme todo é recheado de belas cançoes de rock.
É um filme premonitório, mais atual impossível. Pena que dificilmente poderemos vê-lo novamente em cinemas e mesmo na televisão. Vá atrás dessa pequena obra prima, vale a pena...
Um comentário:
Assisti a este fime na TV Tupi, se não me engano, pelos idos de 1976. Um grande filme. Pode ser baixado pelo torrent, sem legendas. Mas dá para ouvir. Realmente uma obra instigante. Recomendo às novas gerações.
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